quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Minha Cabeça

Nunca havia imaginado que receber a notícia da chegada de um neném seria desse jeito. Muito menos que eu piraria tanto com ela.

Ainda no hospital (público) onde fiz o exame, a mãe de uma paciente de 7 anos, internada a vida inteira, sem nunca ter saído da cama e sem qualquer perspectiva de melhora, me disse, ao me ver chorando, que não havia no mundo nada mais maravilhoso que o cheiro de um filho. Morri de vergonha, e ela sequer sabe que marcou a minha vida.

Fui para a casa dos meus pais completamente desnorteada. Não fiquei com raiva de Deus, nem do neném. Eu ME questionava. Como eu tinha sido tão burra de afetar a vida de tanta gente??? Me responsabilizei 100% por aquilo. Tive a certeza de que meus pais estavam decepcionados, de que meu marido, no fundo, estava contra mim.

Numa época em que tudo é caro, em que as famílias são planejadas praticamente numa planilha de Excel, em que filhos só devem chegar depois dos 30 e SE a estabilidade financeira tiver sido alcançada, me senti um fracasso no meio disso tudo. De todos os lados.

Me sentindo uma adolescente, tive medo de contar para o meu pai que ele seria avô. Meu pai é do tipo super emotivo e tradicional. Sofreu muito quando eu e minha irmã saímos de casa para casar. Além disso, eu trabalho com ele...Enfim, tudo era motivo para eu ter certeza que ele ficaria chateado. OK! Não sou muito coerente e, mais uma vez, me surpreendi! Meu pai transbordou alegria e curtiu muito a ideia de ser avô.

Só faltava eu!

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