sexta-feira, 26 de abril de 2013

Ainda nesse papo de carreira e maternidade


http://www.bdonline.co.uk/practice-and-it/working-mothers-can-be-an-asset-to-your-practice/3085198.article


Ontem, compartilhei no Facebook um texto do Minha Mãe Que Disse, escrito pela Lia, autora do blog Um, Dois, Três, saco de farinha, que causou um certo reboliço entre as mulheres e até email sobre ele recebi. Legal quando isso acontece, né?

O texto, chamado “Na fogueira dos sutiãs, ficaram muitos corações”, é, no mínimo, contestador. Nele, a Lia, que é mãe de três filhos, conta sobre a necessidade que sentiu de abrir mão da carreira – pelo menos, parcialmente – em prol da educação dos filhos.

Por conta da repercussão, achei por bem dar aqui o meu depoimento, compartilhando A MINHA modesta opinião – pessoal e intransferível – sobre o assunto.

Em primeiro lugar, há algo que acredito ser ponto pacífico: cada família tem a sua engrenagem e funciona a sua maneira. Não há fórmulas nem regras. Impossível achar duas iguais por aí! E, por isso, não há certo e errado – ainda bem!

Isto posto, e a quem interessar, vamos ao meu ponto de vista!

Dinheiro é bom. Eu curto e acho bacana. Principalmente, em grandes quantidades! Pena que aqui ele nunca aparece em abundância...

Ter sua própria renda e poder decidir o que fazer dela sem se submeter ao jugo e à boa vontade de alguém é maravilhoso, mas acima de tudo, libertador. E, convenhamos!, liberdade #todasadora – ou, pelo menos, quase todas!

Além disso, tem a realização profissional! Não há como esquecê-la... Muito bom exercer uma atividade que lhe remunera em prazer e dindin! Sei que é!

Mas aí chegam os filhos, e, com eles, o maior amor do mundo. Chegam também a vontade de tê-los por perto, de fazer o melhor e de vê-los crescer. Nos primeiros três meses, quebramos a cabeça, nos desdobramos, sofremos com as cólicas intermináveis e tentamos achar o nosso rumo. E quando finalmente o encontramos, quando tudo está quase perfeito, sob controle, a licença maternidade acaba. E o coração da mãe é impiedosamente destroçado. Cortado em pedacinhos.

Apesar do desejo e do instinto de cuidar mais tempo da cria, a necessidade não permite. É preciso voltar a trabalhar e contribuir financeiramente com a família.

Não tem jeito. Voltar à labuta é essencial para prover (principalmente!), para se realizar, e para ser bonito, pois, afinal, é preciso fazer jus às mulheres que, num passado recente, tanto batalharam por espaço no mercado de trabalho. Hoje, ser mãe em tempo integral soa cafona, antiquado e inútil.

Eu, honestamente, não tenho vontade de passar a vida sendo só mãe, apesar de ser, sim, a minha grande paixão e realização. Tenho certeza de que cuidar da Manu é o que faço melhor e com mais prazer.

Porém, eu gostaria de conduzir harmonicamente – e no momento certo – as duas atividades. Exercer uma profissão que me desse condições de cuidar DIREITO da baixinha, com um horário super flexível, e ainda me permitisse sustentar as minhas contas e caprichos. Mas acho que é pedir demais pra esse mundo cinza...

Eu, infelizmente, acho torto aquele discurso de que o que importa é a qualidade e não a quantidade (ouço pedras?). Desculpa, mas sou dessas que acha que ele foi criado para justificar a nossa inevitável ausência. Claro que só estar fisicamente presente não adianta e  que a qualidade é fundamental. Mas a presença – corpo, alma e atenção -, a meu ver, é importantíssima. Perfeito seria poder unir as duas!

Mas, lamentavelmente, é privilégio da minoria e as instituições integrais são, muitas vezes, a única alternativa para tapar esse buraco. No entanto, mesmo tendo de render-me a elas futuramente, eu não curto a ideia. Não, não, não e não.

Acredito que nossos filhos precisam de nós. Do nosso olhar. Da nossa presença. Do não na hora exata. Do abraço. Do beijo.

Já que não dá, a gente rebola, faz malabarismo e empilha prato, para, no final, tudo funcionar da melhor forma possível.

E nós conseguimos! Com muito amor, mas de formas diferentes, nós nos adequamos à infindável batalha entre carreira e maternidade.

2 comentários:

  1. A vida é assim mesmo. Temos que tomar decisões que vão doer no coração.Mas com amor tudo é possível. Tudo se resolve. Tenho certeza que você vai encontrar a melhor opção na educação da nossa pedra preciosa que é a Manuela.

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  2. Ei Pati,, esse assunto é muito complicado... e acho q o mais complicado, para mim, é que não se há uma resposta ou conceito certo.
    Ja transitei muito entre as opções de nunca parar de trabalhar e de nunca mais voltar no meu trabalho... e no fim ainda não sai do lugar!!!
    E a adequação que agente tanto sonha, uma hora deve chegar!
    Acho que esse assunto rende muito trico!! rrsrs
    (Ah.. acho o texto da Lia nos ajuda a dar uma repensada, uma mexida na cadeira, que é muito importante!)
    Bj grande

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