quinta-feira, 7 de maio de 2015

À Minha Mãe, UM FELIZ DIA!

Eu sempre dei valor à minha mãe. Nunca fui uma criança ou adolescente que a preteria e priorizava as amigas, sabe? Sempre, sempre, sempre tive um imenso prazer de tê-la em minha companhia e de dividir as coisas com ela.

Nunca me envergonhei de tê-la na porta da escola me esperando. Nem mesmo no auge da adolescência. Se podia, carregava ela comigo para as festas e amava vê-la rodopiando, sambando e desfilando todo seu sorriso e requebrado pelo salão.

Orgulho mesmo. Admiração. Espelho. Base. Ponto de Partida. Ponto de Chegada. Amor que explode.

Esses sempre foram os sentimentos que predominaram (e predominam) em mim quando o assunto é ela: a minha Generosa Barbosa! Nome forte e com uma rima tão melódica, que só poderia caber em alguém que já acorda cantando e dançando.

Claro que brigamos. Evidente isso! Minha mãe não faz o tipo delicada e fofa, que conta até dez e aplica a disciplina positiva. De jeito nenhum! Dona Generosa era aquela que, na hora do pegapacapá, dava uns belos berros politicamente incorretos, capazes de botar tudo no lugar graças aos altos decibéis de sua voz.

Muitas vezes sobravam palavrões. Mais vezes ainda, sobravam (e, ossshhh!, como sobram ainda) doses cavalares de verdades doídas na veia.

Sabe aquelas coisas horríveis sobre você mesma, que você guarda lá nos fundilhos dos seus sentimentos e que não ousa trazer à tona para não doer ainda mais? Pois bem! Ela é daquele tipo de mãe que os lê com a clarividência e sensatez de uma paranormal e que não faz questão alguma de poupar a dor. Ela fala mesmo. Catuca fundo, como quem tem o prazer de mexer e remexer uma unha encravada. Como quem arranca o band-aid de uma única vez.

Porque pra ela é assim: é colocando pra fora, de uma única vez, que se alivia a dor. Sem rodeios. Sem mimimis.

Em compensação, é a primeira a nos acolher. É aquela que está sempre do nosso lado.

Nosso lado? Não!

Ela está sempre dentro de nós. De mim, da minha irmã, das netas, da sua família. Ela veste a nossa camisa. Mesmo que seja de força! Mas ela veste. Apertada, larga, confortável. Ela nos acolhe de tal forma que consegue sentir o que sentimos.

- Mãe, tenho medo! Não consigo!

- Medo? Esqueceu que você tem mãe? Vamos lá dar a cara pra bater. Se der errado, a gente tenta de novo!

- Mãe, errei!

- Errou? Errou feio! Mas agora que a besteira (coloque aqui um palavrão!) está feita, qual a providência pra resolvermos?

Sempre no plural. Nunca no singular. Sempre caminhando junto e pra frente. Buscando resolver os problemas e caminhar. Ela não nos dá tempo pra remorsos.

Mas, apesar de tudo isso. Desse amor tão grande desde sempre, posso dizer que só hoje consigo compreende-la melhor. Consigo entender suas escolhas, suas renúncias e sua força. Consigo enxerga-la com mais nitidez e me cobro, ainda mais, pra ser como ela.

Eu preciso ser pra minha filha o que ela é pra mim: segurança, companheirismo, alegria, entrega. Minha filha merece essa mãe. E minha mãe merece essa filha.

Essas filhas. Porque somos dois os frutos dessa mulher tão guerreira.

À minha mãe, com todo meu amor.

Que todos os dias sejam felizes como você!


A todas as mães, minha admiração infinita.